Parte 2 - entrevista para Vanity Fair, Robert Pattinson
Mas tais superlativos são provavelmente o tipo de coisa que o faria ficar assustado e suando ainda mais do que está agora, em sua camisa de cotton azul clara desabotoada. Ele parece nervoso, ele diz estar nervoso. Esta entrevista não é bem algo que ele goste de fazer. “Sou tão entediante,” diz, passando a mão repetidamente em seu cabelo grosso castanho até que ele fique em pé. “Estou tão seco.” Ele fuma cigarros American Spirits, bebe café e água e também um chá-gelado Snapple, beliscando um pretzel coberto com chocolate deixado em um prato por seu assistente.
Lá fora, podemos ouvir os cães rosnarem. “Espero que eles não estejam matando o pobre do Martin,” diz o ator, levantando-se na cozinha e olhando na janela. Martin é um dos vira-latas que pertence aos assistentes de Pattinson e de sua co-estrela de Crepúsculo, Kristen Stewart. Os assistentes estão dividindo uma casa alugada em Baton Rouge. Eles acenderam uma fogueira e velas perfumadas para manter um clima confortável enquanto Pattinson faz essa entrevista.
“Não sei o que há de errado comigo,” diz ele voltando à mesa. Desde que voltou ao set deCrepúsculo, ele não se sente mais o mesmo. “Meu cérebro não trabalha mais. Não tenho lembrança alguma. Não consigo escrever. Tudo que consigo fazer é assinar meu nome. Tentei escrever outro dia – parecia que eu estava escrevendo em braile.” Pedi que ele escrevesse algo no meu bloquinho, ele o fez e estava ilegível. “Viu?,” disse. “Parece que foram aranhas que escreveram isso.”
Há algo de deboche em sua descrição sombria sobre seu estado de espírito, mas ele também está falando sério sobre isso. Parece que as restrições de viver em uma bolha sob essa sua fama imensa estão começando a dominá-lo. “Acabei parando de fazer muitas coisas,” diz. “Nunca mudo de canal no meu trailer. Sempre assisto aos mesmos episódios de House of Payne e Two and a Half Men. Adoro Cops – acho que é minha série favorita.”
“Deus,” diz rindo, “Estou soando como um idiota.”
Acorde-me Quando Isso Acabar
“A Kristen é bem focada em ser uma atriz,” diz Pattinson, mais tarde, sobre Stewart.
“Quero dizer, é o que ela é, uma atriz. Bem, não sei direito.”
Entre as várias coisas que Pattinson é sempre questionado é sobre a natureza de sua relação com Stewart, 21 anos. Existem vários boatos de que eles estariam em um tórrido romance, algo que recusam a confirmar (até mesmo a Oprah não conseguiu arrancar isso deles). Outros boatos dizem que o romance é apenas publicidade para os filmes de Crepúsculo.
“Você está perguntando se sou mesmo um vampiro?,” diz Pattinson rindo, quando me juntei ao coro perguntando a ele sobre o romance fora das telas. Enquanto espero por uma resposta, Pattinson começa a se contorcer. “Sim. Um, não realmente,” diz. “É bem difícil, bem traumático,” diz ele enigmaticamente.
“Quero dizer, vocês dois são tão intensos?,” pergunto.
“Ah, não sei,” finalmente diz. “Ela é legal. Até mesmo antes de conhecê-la, eu já a achava uma boa atriz. Tipo, eu assisto ao Na Natureza Selvagem, e ela estava muito boa nele. Ainda acho que há poucas boas garotas da classe dela que são boas como ela é. É engraçado que ela seja a pessoa fazendo parte dessa coisa enorme.” Isso é Crepúsculo.
“Quando acabar,” diz Pattinson referindo-se à interminável máquina de entretenimentoCrepúsculo, “a mídia perderá o interesse,” sobre o romance deles. Assim ele espera. “Não haverá mais nada a dizer. Não se encaixará mais nas manchetes. Não haverá mais lugar para isso se encaixar.”
Mas a grande pergunta para Pattinson – da qual ele parece dolorosamente consciente – é se quando a loucura por causa de Crepúsculo realmente terminar, se ele nunca conseguir voltar a ser o Rob, seja lá quem ele seja de verdade. Os últimos dois filmes da Saga não serão lançados até novembro de 2011 e 2012, e com os fãs obsessivos chamados de Twilighters (sem mencionar o markenting eficiente da Summit Entertainment), o fenômeno poderá se estender até que as adolescentes com sede pelo sombrio não tenham nada melhor a fazer. Um papel como o do ícone Edward Cullen poderia se provar tão letal para a carreira de um jovem ator quanto uma mordida de vampiro, apesar da imortalidade do filme, fama e fortuna que isso traz. (Neste ano Pattinson ficou no 15° lugar entre os 40 atores de Hollywood na lista da Vanity Fair, que contabilizou seus ganhos de 27.5 milhões em 2010)
“É uma recompensa maciça,” Pattinson admite, mas “ficar se escondendo porque é estranho ter alguém que te reconheça, é provavelmente aquilo pelo qual você é pago – mas é provavelmente algo que nenhum ator do mundo quer. Porque, tipo, ninguém acreditaria em mim se eu interpretasse algo surrealista, tipo um gangster ou algo do tipo.”
Eu pergunto a ele se ele gostaria de fazer algo completamente diferente, tipo Shakespeare. “Se eu fizesse agora, seria assassinado,” diz com uma risada triste. “Todos ficariam tipo, ‘Que porra é essa?’”
Ele se acha em uma posição estranha, sem saber se quer ser ator para sempre, mas enfrentando a possibilidade que não poderá se aventurar muito. Ele soa melancólico quando fala sobre as carreiras dos atores que admira, como Jesse Eisenberg (“Ele é muito legal“) e James Franco (“Ele fez coisas bem interessantes em sua carreira“).
“Sempre converso com meus agentes, tipo, como será daqui a 10 anos,” antes das pessoas esquecerem Crepúsculo, ele diz. “E é totalmente compreensível. Normalmente as pessoas trabalham e trabalham até encerrarem a carreira. Você está sempre tentando tomar as melhores decisões. Tipo quando penso como as coisas costumavam ser antes dos filmes de Crepúsculo.”
E foi assim que ele decidiu fazer um filme sobre um elefante.
O Show do Elefante
Água Para Elefantes, com estreia marcada para abril, é baseado no best-selling de 2006 de Sara Gruen, e conta a história de um circo durante a Depressão. Pattinson interpreta Jacob Jankowski, um estudante de veterinária que perde os pais em um acidente de carro e entra para a equipe de um circo, sendo o responsável por animais exóticos, incluindo um elefante bem problemático.
“Não ficaria surpreso se o Rob dissesse que a razão de ter concordado em participar do filme foi o elefante,” diz o diretor Francis Lawrence (de Constantine, Eu Sou a Lenda). “Ele se apaixonou por ela.”
“Ela é a melhor atriz com a qual já trabalhei em minha vida,” diz Pattinson sobre a elefante indiana Tai, sua co-estrela que vive no sul da Califórnia onde a maior parte do filme foi gravada. (Tai apareceu na capa da Vanity Fair em 1992 ao lado de Goldie Hawn.) “Chorei quando ela foi trancada,” ou quando filmou sua última cena, diz Pattinson. “Nunca chorei quando outra pessoa foi trancada.”
Mas uma das razões por ele ter escolhido participar do filme foi que Jack Fisk, designer de produção indicado ao Oscar (Sangue Negro), disse a ele que o longa parecia com o filme de Terrence Malick, Cinzas no Paraíso, no qual Fisk fez a direção de arte em 1978. “Eu tive uma visão de como ele seria,” diz Pattinson. “Escolho as coisas de um jeito estranho.”
“Ele é cinéfilo,” diz Reese Witherspoon, que interpreta Marlena, uma artista de circo e interesse romântico de Pattinson no longa. (Em 2004, quando Witherspoon tinha 28 anos e Pattinson 18, ele interpretou seu filho em Feira das Vaidades, mas a cena foi cortada do filme original, então ele diz que “isso não conta.”)
“É incrível ver um jovem garoto que já assistiu a tantos filmes,” diz Witherspoon. “Mencionei a ele o Uma Mulher Para Dois” – comédia de 1933 de Ernst Lubitsch-Gary Cooper – “e fiquei surpresa ao saber que ele já tinha assistido.”
“Ele meio que estuda filmes,” diz Lawrence. “Ele assiste à várias coisas e fala muito bem sobre filmes.”
Ainda assim, Lawrence admite ter ficado preocupado antes de conhecer Pattinson ao escalá-lo paraÁgua Para Elefantes. Os filmes de Pattinson, a não ser os bilionários filmes da sérieCrepúsculo, não foram tão bons de bilheteria. Ele fez vários papéis pequenos antes de conseguir o personagem Edward Cullen, e então em 2010 Lembranças, que não chegou aos pés deCrepúsculo.
“Os filmes de Crepúsculo são estilizados,” diz Lawrence, “Você se pergunta quais atores poderiam fazê-los.” Mas depois de conhecê-lo, Lawrence se acalmou. “Ele tem aquela coisa: é magnético. Uma verdadeira estrela de cinema. Ele me lembra o James Dean. E parecia muito com o Jacob, alguém que está virando um homem, forte, mas desconfortável em seu próprio corpo.” “As pessoas ficarão surpresas. Sua atuação está bem suave e natural.”
“Ele está explorando o artista que é,” diz Witherspoon. “Ele sempre pedia a mim e ao Christoph” – Waltz, o ator australiano de Bastardos Inglórios que em Água Para Elefantes é o cruel treinador de animais August – “para trabalhar nos diálogos com eles. Ele é bem comprometido com o que faz. Ouço tantas histórias terríveis sobre jovens atores que se atrasam ou ficam de ressaca, e não houve nada disso com ele. Ele trabalhou muito duro.”
De alguma forma Pattinson manteve a concentração apesar dos Twilighters que diariamente apareciam no set de Água Para Elefantes. “Nunca tinha visto nada daquele tipo,” diz Witherspoon. “Eles ficavam esperando até às cinco da manhã para vê-lo. Meninas bem novinhas. Onde estão as suas mães?” ela pergunta.
“Acho que isso deve ser irritante para ele,” diz Lawrence. “Gravamos por uma semana no Tennessee, e a notícia s espalhou, e o caminho do set parecia o Woodstock. Carros por 4 km. Pessoas acampadas na grama. Estávamos jantando em uma sala fechada do hotel, e o pessoal gritando na janela, os garçons fecharam as persianas. Então eles começaram a berrar e bater nas janelas, agarrando as janelas. E então você escuta uma voz desesperada: ‘Rob! Eu só quero tocar no seu cabelo! ’”
“Eu já trabalhei com o Will Smith,” continua Lawrence, “e ele dá autógrafos, todos ficam felizes. Mas a coisa é diferente com o Rob. Ele poderia ser rasgado aos pedaços. Eles rasgariam suas roupas e puxariam seu cabelo.”
O Bando de Ninguém
Você deve se perguntar como Pattinson lida com isso. Ele não é o Leo dos anos de Titanic, que fica por aí nas boates com um bando, vadeando a todo vapor. Ele não é o Keith Richards (cuja biografia acabou de ler), ficando doidão com várias substâncias diferentes. Pattinson diz ser “alérgico a drogas“, e, que agora que tem que estar em forma para os filmes de Amanhecer, ele não está nem bebendo. (Ele aparecerá sem camisa em Amanhecer, algo que ele diz temer: “Nunca entendi essa coisa com a nudez. Tenho tanta inveja de quem anda por aí nu.”)
“Eu meio que como compulsivamente,” diz ele por meio de uma revelação. “Serei tão gordo quando ficar mais velho, é ridículo.” Mas é difícil acreditar, a julgar por seu físico magro. Ele conta a história que engoliu um saco de Pretzels enquanto lia um livro de textos de David Foster Wallace. “Passei mal e vomitei tudo,” diz. Bem, ele não é mesmo o Keith Richards.
O que parece ser uma estrela relutante, o desejo da normalidade, e o compromisso a educar a si mesmo. “Ele provavelmente leu 20 livros enquanto estávamos filmando,” diz Lawrence. “Ele estava sempre com um entre as tomadas.”
Pattinson conta que entre seus livros favoritos, alguns deles falam sobre a estupidez humana:Eat the Rich, de P.J. O’Rourke, e Money, de Martin Amis. Ele declara que é como o narrador deMoney, John Self – um publicitário e workaholic dos anos 80 – e que gostaria de interpretá-lo nas telonas. “Esse papel foi feito para mim,” insiste.
Mas no que ele se parece com a personagem ainda é um mistério. Ele admite “nunca fazer nada” – nada escandaloso – apesar de confessar que tem certa admiração por Charlie Sheen e suas “pequenas escapadas.” “Gosto de pessoas loucas que não se importam com nada,” diz.
Mas Pattinson está envolvido com atividades mais desafiadoras. Ele diz estar escrevendo um roteiro baseado no romance de Lillian Hellman. Antes de ter uma agenda tão disputada, ele “costumava ir ao cinema todo dia.” Ele diz que “aprendeu muito o diretor francês Jean-Luc Godard,” e fala sobre uma lista de filmes japoneses sombrios que adora.
“Merda!,” diz ele. “Pareço um puta de um esnobe.”
Ele não chegou a ir à faculdade. Cresceu em Barnes, subúrbio de Londres, onde sua mãe, Claire, trabalhava para uma agência de modelos e seu pai, Richard, vendia carros antigos. (Ele tem duas irmãs mais velhas, Lizzy, uma musicista, e Victoria, uma publicitária.) “Ele tem uma família muito legal,” diz Whiterspoon, “Pessoas que o amam e o apoiam, e ele os trata do mesmo jeito. Isso será de grande ajuda no seu futuro.”
Pattinson frequentou uma escola de garotos, Harrodian (coincidentemente a mesma escolha frequentada por James, filho de Mick Jagger), cuja qual ele chama de rebuscada. Ele diz que queria ser escritor de discursos políticos e ir para a faculdade estudar Relações Internacionais quando conseguiu o papel de Cedrico Diggory, um estudante de magia de Hogwarts, em Harry Potter e o Cálice de Fogo (2005). Ele começou a atuar e modelar, e, com seu modesto sucesso, decidiu se mudar para Los Angeles, e tentar a sorte. Ele diz que passou a maior parte de seu tempo indo aos cinemas e tocando em bares (ele também é músico e escritor). Ele não tinha uma namorada: “Não sou um daqueles caras que está sempre em uma relação, não mesmo,” diz. Ele estava pensando em desistir de atuar e voltar para casa quando foi escalado para Crepúsculo.
Vai Time!
Sabendo que ele é do tipo jovem pensador, fica ainda mais interessante considerar o que está passando em sua cabeça no meio desse circo da fama. “É estranho,” diz, tentando colocar algum senso nisso tudo. “Você tenta imaginar, ‘O que eles querem?,’” referindo-se aos fãs deCrepúsculo.
Eles o acompanham nos sets de filmagens pelo mundo todo como se fossem zumbis, às vezes deixando os trabalhos e familiares de lado para seguir a trilha de Crepúsculo. Quando ele tingiu o cabelo para um tom avermelhado no começo do ano, os fãs fizeram o mesmo em solidariedade a ele. “Uma garota de 17 anos na Austrália hackeou meu e-mail enquanto eu ainda o usava,” diz Pattinson. “Então uma garota de 15 anos na Inglaterra fez o mesmo.” Ele pediu aos seus advogados que as processassem.
“Tenho medo de comprar uma casa ou coisa parecida,” diz. “Porque se houver um paparazzi na porta da casa, eles nunca mais sairão.” Na maior parte do tempo ele fica em hotéis, porque “o melhor jeito de lidar com isso é se mudar toda vez.”
“Ainda não consigo entender,” diz Pattinson sobre o apelo intensivo de Crepúsculo. “Crepúsculo tem algo primitivo que está muito ligado às garotas. Acho que as pessoas querem que ele as defina, tipo ‘Eu sou fã de Crepúsculo.’ Isso é loucura para mim. Acho que as pessoas querem fazer parte da multidão. Há algo extremamente excitante em se auto promover a esse nível.”
Ele também dá créditos do sucesso dos filmes à equipe de marketing da Summit Entertainment. No último ano, a campanha de seus Time Edward/Time Jacob foi uma Escolha de Sophia aos fãs deCrepúsculo, que pedia a eles que apoiassem um dos amantes rivais que disputam o amor de Bella, personagem de Kristen Stewart – Pattinson ou Taylor Lautner, que interpreta o lobisomem Jacob.
“Eu não havia notado como as pessoas respondiam a essa coisa de Time Edward/Time Jacob,” diz Pattinson. “Todos ficavam” – em uma voz de comercial – “Então, você é Time Edward ou Time Jacob?” E eu ficava tipo, ‘O que é que vocês estão falando?’ E eles falavam, ‘Somos do seu time!’ E eu, ‘Eu não tenho um time nenhum.’”
Ele diz que a experiência em se tornar um produto – seu rosto em carteiras, mochilas, jogos, e é claro, vários bonecos – pode ser “estranha.” “Com Crepúsculo,” ele diz, “você tem que agradar a franquia,” – uma palavra que o pessoal da Summit repete como um tipo de reverência. “Tipo, quando estávamos fazendo a sessão de fotos para o Água Para Elefantes,” diz, “A sessão foi mais longa do que a de Crepúsculo, só que essa demorou dois dias, fotos em várias posições. E estávamos tipo, ‘Por que estamos fazendo isso por tanto tempo?’ E eles disseram” – em uma voz grossa – “‘ Ah, é para os brinquedos e coroas do Burger King.’” “E não que eu tenha algum problema com isso – é difícil para um filme fazer dinheiro.” “Que seja,” diz Pattinson, acendendo um cigarro. “Não há nada que você possa fazer a respeito. As coisas são desse jeito. Mas é difícil fazer algo do tipo, meio que representar alguma coisa que você realmente não gosta…”
“Deus,” ele diz, “Eu realmente penso nisso.”
Ele espera fazer essa transição para uma nova pessoa – Rob Pattinson, um ator sério – com papéis cada vez mais sofisticados. Ele recentemente foi escalado para o elenco de Cosmopolis, próximo filme de David Cronenberg, adaptação do romance de Don DeLillo. “Isso é algo com o qual fico preocupado,” diz, “que as pessoas não me levem a sério em filmes desse tipo, e que eu só consiga um deles.”
Cachorro Cansado
“Com a mega fama, parece, há uma certa quantidade de alienação no set. Agora é engraçado.”diz Pattinson, “Tipo, tentar se socializar com as pessoas. Há uma certa cautela sobre as pessoas que realmente acho estranhas.”
“Ou se eu andar nas ruas,” ele diz, “e as pessoas dizerem, ‘Foda-se!’” Ele ri. “E há várias pessoas que querem me socar. Homens em bares e coisas do tipo. Eu simplesmente saio do lugar,” ele dá de ombros.
“Mas você não pode reclamar sobre coisas desse tipo,” diz. “Espera-se que você se sinta agradecido por isso. E obviamente – eu fico. Você tem sorte e deveria ficar feliz com isso. Mas, quero dizer, parece que se você achar que há um lado ruim por trás disso, as pessoas dirão – Mentiroso! Acho que é porque elas querem achar que isso tudo é um sonho.”
“Deus, sempre falo sobre a fama, e isso é tão chato!” exclama Pattinson, parecendo aborrecido consigo mesmo, saindo de sua cadeira. Digo a ele que isso é perfeitamente compreensível, considerando o que ele vem passando nos últimos anos. “Sim, mas toda vez que você lê sobre um famoso falando sobre ser famoso, você fica tipo, ‘Cala a porra dessa boca,’” diz Pattinson rindo.
Os rosnados lá fora aumentaram. Podemos ouvir latidos também. Pattinson vai de encontro à porta dizendo, “Não aguento mais isso.”
“Martin, vem aqui!” Ele grita, quando um cachorro magrinho, preto malhado entra na casa, abanando o rabo freneticamente e feliz, pingando água por toda parte.
Pattinson fecha a porta antes dos outros cachorros entrarem também. “Veja-os esperando tirar um pedaço dele,” diz. Um casal de boxers foi até a janela, nos encarando com aquelas caras carrancudas. Se os cachorros pudessem falar…
Martin pula no sofá e fecha os olhos, exausto.
Pattinson faz carinho em sua cabeça. “Isso, isso garoto, durma,” diz Pattinson a Martin.
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